A proposta do curso de Letras – Língua e Litertura Japonesa da Universidade Federal do Amazonas derivou de um processo crescente de reflexões em torno da demanda de pessoas especializadas no ensino do Japonês; número considerável de descendentes devido a imigração japonesa, sobretudo os koutakuseis; formação universitária de professores e educadores japoneses e nikkeis; demanda da língua no Distrito Industrial da cidade de Manaus.
A referida proposta levou em consideração as transformações ocorridas no país, fomentadas pela nova ordem internacional, que desencadeou processos de reorganização das relações entre as nações, por meio da criação de blocos e associações internacionais. Além disso, a cultura nipônica moderna desperta o interesse de descendentes ou não, ampliando a participação e a aceitação das pessoas de origem japonesas na sociedade brasileira. Esses processos pressupõem o conhecimento de línguas estrangeiras modernas, e, no caso especial de relações bilaterais, o da língua japonesa pelos brasileiros e o da língua portuguesa pelos japoneses.
Com vistas a ir ao encontro do estabelecido por essa nova demanda, algumas autoridades da época, o então, Cônsul Geral do Japão em Manaus, Excelentíssimo Senhor Susumu Segawa, juntamente com Sr. Yamagishi; o presidente da Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental, Sr. Ken Nishikido; Presidente da Associação Koutakukai, Sr. Wilson Sato, se reuniram com o reitor Hidemberg Frota e vice-reitor Gerson Nakagima e o Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) para dar início a ideia de implantação da Licenciatura em Língua Japonesa. No que concerne ao Amazonas, unidade federativa que recebeu um número considerável de imigrantes japoneses no século passado, a proposta ampliava o conceito de universidade e valorizava a integração entre os povos.
Pensando o contexto acima, a criação do curso deve-se também ao trabalho que exige o conhecimento da língua japonesa. Assim, a maioria dos universitários estuda a língua com interesse na indústria da região e os demais pela diversidade cultural do Japão. O ensino do japonês na Associação de Língua Japonesa da Amazônia Ocidental – Nippaku – tinha como intenção repassar aos descendentes nipônicos a língua japonesa, mas com a criação da Zona Franca de Manaus e a chegada das primeiras empresas japonesas, surgiram necessidades de um conhecimento mais profundo da língua. Assim, justifica-se a criação do curso de japonês na UFAM.
Em 2015, há a previsão de formação da primeira turma de Língua Japonesa. Dessa forma, com vistas a atender demanda ainda mais especializada e no intuito de fornecer formação continuada aos egressos, poderá ser aberta a primeira turma do Curso de Especialização Lato sensu em Ensino de Japonês: língua e literatura, no campus de Manaus.
Com base nessa demanda e no panorama crescente do ensino de Língua Japonesa no Brasil e no Amazonas, a estrutura curricular do Curso contempla meios que subsidiam o futuro profissional a uma prática mediadora no processo ensino-aprendizagem, formando educadores que se adaptem à pluralidade cultural da sociedade contemporânea, visando à transformação social.
Portanto, a presença atuante da comunidade dos imigrantes japoneses no Amazonas, tanto nos aspectos econômicos quanto nos aspetos culturais e educacionais; o interesse dos imigrantes koutakusseis em criar um curso de graduação na universidade como marco de comemoração dos 80 anos de imigração; a crescente demanda pelo uso da Língua Japonesa; a presença de empresa nipônica na Zona Franca de Manaus; o curso de extensão de Língua Japonesa no Projeto CEL – Centro de Ensino de Línguas na Universidade Federal do Amazonas e a presença de pessoas interessadas no ensino da Língua Japonesa, contribuíram para a criação e a fixação do curso de Letras – Língua e Literatura Japonesa.